Hoje em dia a vida
Perdeu a função do amor
E ganhou a função do empregador
Capitalista com rancor
Existem dias de dar presentes
Existe hora para ligar
Existe ignorância
Só não amar
Pés na bunda
Da empresa-amor
Todo dia
De maneiras onde o pudor
Merecia ser contemplado com a quebra do tabu
Nós temos que ser sinceros
Não amamos a um só
Existem vários níveis de amor
Basta entregar-se sem dó
E quando tentamos
Amar mais de um
Mas percebemos que estamos mais enrolados
Que um caracol?
Ai complica…
Sonho com um dia em que poderei
Experimentar a experiência que parece expirada
(Mas é aspirada)
De amar por inteiro alguém
Ou alguéns
Vide a necessidade momentânea
No momento
Tento ser monogâmico
Mesmo pau reto sendo sincero
E isso não nego
Falta uma conchinha
Falta uma foda matinal
Com alguém (ou alguéns)
Onde o famoso e glamuroso
“eu te amo”
Ultrapassa a ejaculação
Ereta e erótica
O amor é confuso
Como esse poema
Mas essa é graça
Deste dilema
Por mais confuso que seja
Se faz claro
Rafael Abrahão