para Oswald, o Antropófago
Chega de história de carochas
Quero o real devorável
Para que eu possa devorar com respeito
Não me venha dizer via Chapeuzinho Vermelho
Para não confiar em estranhos
Estranhos por vezes são mais confiáveis
Que os confiáveis
Chega chega chega
Quero o real palpável
Não histórias imagináveis
Que me digam que vim da cegonha
Ou da sementinha do papai na mamãe
Eu vim da devoração do papai na mamãe
E da devoração inversa
Multiplamente gozoza
Da mamãe no papai
Eu vim do tabu inquebrável das crianças
Eu fumo o tabu saudável dos adultos
Ativamente cannabiário
Eu visto o tabu do europeu
Porque o indígena que morreu
Vestia apenas carcaça que hoje esta coberta
O dia que os tabus
Do nu cannabiário devorado
For, então, quebrado
Poderei bater no peito
E afirmar sem nenhum pudor
Que de fato:
“A alegria é a prova dos nove”!
Rafael Abrahão