Eu decido o que quiser,
Mas não tenho alcance.
Sou livre na fé, em teoria e no que fizer.
Herdo a física e conhecimento,
Mas sou biológico, o lance:
Define a sorte, as emoções, o limite e talento.
*
Eu escolho destinos e modifico o que desejar,
Mas os resultados nunca serão certeiros.
Tudo é móvel e desliza suavemente
Por onde as minhas mãos passam.
Todas as coisas e toda gente
São controláveis por mim mesmo que façam
O que quiser.
Mas imperfeita é a troca injusta,
E não resulta em determinado mas em outro qualquer.
E mal se sabe o que cada ação custa.
*
A cada segundo que construo outro,
Mais pedaços da minha carne eu retiro.
O que determino e cada pedaço de uma torre qe construo,
Me fortalece no topo que possuo.
Mas mesmo que a base seja larga,
A velhice e as águas corroem e bloco por bloco,
E retiro para preencher o topo e sa parte amarga.
A cada um que descolo e recoloco,
O sentido e a vida perdem o foco.
*
Se eu escolho, não decido,
E se não decidir, nunca poderei escolher.
Não sou mais qualificável como progenitor,
Mas sim como sortudo aglomerado
Que ruma fadado
Ao próximo setor.
*
Mesmo que seja inqualificável,
É invalidável e acabará.
Pois a eternidade é uma ilusão
Que seria assistir a todos os desfechos,
De maneira passiva e paradoxal pela exceção
De quem assistir não ter fim,
E de que passividade é ter nada afim
E assim não se assistiria a nenhum trecho,
Nem ao próprio.
Nunca existiu vida, morte, estupidez ou ócio.
<br style="font-style:inherit;font-weight:inherit;line-height:1.7;"
Viale de Lara