E uma pedra falando de amor?
Uma pedra falou de arrependimento,
De tristeza sobre o passado,
De terra de outro momento
E de andar calado.
A voz muda prova o gosto,
O sabor fosco e fresco de se calar.
Porque enquanto se anda
Ama-se, e transforma de par em par.
Cansa o quanto o arrependimento pesa,
Enquanto é leve o carinho do amor.
Quando no purgatório se reza,
Não se torna nada além de ator:
Precisa ser feito quem, feito, precisa ser.
Se Deus nos modelou, por quê não, renascer?
Jogou-se no mar. A pedra afundou e tornou-se parte de um escuro estrelar, onde abissal é raso, e profundo é o destino indeterminado.
Ou ela simplesmente flutuou. Já olhou por este lado? Não é por acaso, que pedras flutuam, falam e fazem poesia. Elas são assim porque queria.
Viale de Lara